quarta-feira, 17 de julho de 2013


Outro dia Gabi me perguntou " O que do popular eu quero trazer para o PEBA? "

Quero trazer o cerne das festas, quero tentar compreender o que sente ou qual o motivo que faz uma pessoa brincar-sambar-beber uma dança. Do popular eu quero a alegria, a bagunça, a esculhambação, o descompasso, a ginga que acontece porque só gingando mesmo é que se torna possível viver (se safando com maestria alegria). Do popular eu quero a NÃO ressaca moral, quero beber a cachaça em cima da cachaça, quero curar ressaca sambando. Quero voltar para casa cambaleando. Quero sorrir sem dente, quero que o cabelo seja Kolene, quero caldinho com codorna, quero o ele e o ela. Quero dançar debaixo de um toró, se a chuva é que alegra, quero a chuva, se é o sol, quero a praia, quero acarajé com vatapá e areia, quero cerveja quente ou gelada. Quero o brilho alaranjado made in saquinhos vendidos na areia da praia. Quero o blondor também. Quero o mais que o psiu da Bahia. Quero o " chuta que é macumba". Quero passar e ver os meninos brincando na água da fonte do meio da praça. Quero olhar pro chão e ver ele todo sujo,  com a sujeira dos corpos e seus fluídos, quero o estranhamento do grudento denso que fica o ar dos dois centros. Quero o suor do meio dia no meio da avenida. Quero um corre corre esbarrado da Av. 7 ou melhor o corre corre quase abraço. Quero o prazer da gargalhada alta. Bem alta, igual com a voz que estou ouvindo agora na minha cabeça. Quero aquele samba em que todos sambam. 

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